JESUS É A NOSSA "CIDADE REFÚGIO"! Josué 20
Estamos seguros quando corremos para Jesus, ele é o nosso refúgio verdadeiro.
Os livros de Josué e Juízes, ficarão grandemente esclarecidos, se os estudarmos em conexão com o Pentateuco. Entre esses livros, há a mesma relação que entre os Evangelhos e os Atos.
O caráter e a história de Josué são altamente instrutivos. Nele havia o Espírito de Deus. Nm 27.18, Apesar das promessas divinas, (cap. 1) ele empregou os meios que julgou convenientes para assegurar o êxito aos seus feitos. Mandou espias, e disciplinou as suas forças, não pondo porém a sua confiança nelas, mas sim em Deus. Desse modo, antes de atacar os cananeus ele renovou solenemente a dedicação de si mesmo e do povo a Deus e em certas circunstâncias críticas, procurou alcançar pela oração, auxílio e bênçãos especiais (10.12–14). A sua regra de vida eram “trabalho e oração”, “zelo e dependência de Deus.” Manifesta-se brilhantemente a sua piedade nos apelos finais que fez, e no espírito de submissão com que foram recebidos esses apelos pelo povo nos dá a idéia da sua influência e da fidelidade deles (23.8). A disciplina do deserto não tinha sido sem bênção.
Para o antigo Israel, as cidades de refúgio estavam criticamente ligadas ao mandamento de Deus de não contaminar a terra, que era sua morada (Nm 35:33–34). Qualquer derramamento de sangue—mesmo não intencional — poluia a terra. As únicas provisões para manter a terra pura depois que uma pessoa fosse morta eram a execução judicial de um assassino intencional (Nm 35:30–2) ou a remoção do assassino não intencional para uma cidade de refúgio (Nm 35:25, 28).
A instituição de cidades de refúgio parece ser uma expansão de uma lei mais simples contida em Êxodo 21.12–14, em que o altar (presumivelmente o altar do santuário do Senhor) oferecia proteção para o homicida, mas não para o assassino.
O homicida é definido como aquele que mata uma pessoa acidentalmente, sem intenção (isto é, sem premeditação) e sem que antes tenha tido sentimento de ódio contra o próximo.
Deus ordenou que as tribos israelitas reservassem um total de 48 cidades e pastagens circundantes para os levitas; seis delas deveriam ser cidades de refúgio (Nm 35:6). Nenhum lugar no país ficava a mais de 48 quilômetros — a distância que os viajantes normalmente podiam percorrer em um dia — da cidade de refúgio mais próxima. Três cidades de refúgio foram estabelecidas em cada lado do Rio Jordão (Js 20; Arnold, Encountering, 176).
As cidades de refúgio serviam a um duplo propósito: evitar que o homicida não intencional fosse morto pelo vingador de sangue (um parente próximo do morto) e evitar que a terra ficasse cerimonialmente poluída pelo derramamento de sangue (que seria agravado, caso não houvesse meio de impedir a vingança indiscriminada).
Como era necessária a morte para expiar a morte, o homicida culposo (havia várias instruções para determinar a culpabilidade de uma morte) deveria se apresentar à cidade de refúgio mais próxima, ali ter seu caso julgado pelos anciãos e, caso fosse constatada a natureza não dolosa do homicídio, ali permanecer até a morte do sumo sacerdote, que seria uma expiação simbólica para a vida do homicida.
O vingador de sangue bem pode ser o parente mais próximo do morto; sua responsabilidade, entretanto, não era simplesmente matar a pessoa responsável pela morte (acidental ou intencional), mas de levá-la perante as cortes de sua cidade, que decidiriam o caso do modo adequado. Se a morte fosse acidental, o homicida seria enviado a uma cidade de refúgio. A cidade de refúgio não era simplesmente um lugar de segurança, mas um lugar em que o homicida fazia expiação pelo ato de que era culpado.11 Se fosse determinado que a morte teria sido um assassinato, o culpado seria executado.
O sistema das cidades de refúgio ilustra de maneira interessante a obra de Cristo: em primeiro lugar, a cidade em si ilustra a proteção oferecida contra as consequências do pecado; em segundo lugar, a morte do sumo sacerdote aponta para a expiação definitiva obtida por intermédio da morte de Jesus Cristo na cruz.